Certo dia em meio a uma conversa eu respondi a um questionamento de maneira simples e direta, a pessoa que me ouvia se irritou e afirmou que fui grosso e ignorante, não me dei ao trabalho de tecer argumentos em minha defesa apenas disse que não fui grosso, apenas sincero e direto na resposta. A pessoa não concordou comigo no momento e se afastou. Porém momentos depois recebi sua ligação pedindo desculpas pela reação, afirmou que não havia raciocinado e tinha agido de maneira errada comigo, afirmou estar acostumada com a grosseria de terceiros, mas que não suportava a ideia de que tal situação viesse de mim. Notei que essa pessoa me via quase como uma alma superior, alguém que tem por obrigação sempre perdoar, relevar e apoiar.
Notei que foi gerado o costume de não se preocupar com palavras ou ações, pois existia a certeza de que um pedido de desculpas sanaria todos os danos, sequelas jamais existiriam afinal uma pessoa boa como eu jamais guardaria magoa de ninguém. È fácil ser amigo de alguém que não lhe cobra nada e em contra partida faz tudo o que pode por você, é fácil estar com alguém que escuta seus problemas sem se preocupar com os próprios. Com o passar dos dias notei pedido de desculpas por palavras, desculpas por ações, por gestos. Pedidos de desculpas pela pouca importância que era dada a amizade.
Por fim dei um aviso amigável, “Você sempre pede desculpas, enquanto eu faço de tudo para não precisar pedir.” Não sei bem se a pessoa compreendeu bem minhas palavras, mas notei que pouco foi feito para mudar. Só espero que essa pessoa consiga perceber a tempo que paciência tem limite, até mesmo a minha.